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Tânia Margarido

Se pudesses escolher uma frase, um texto, uma música ou um poema para te definir qual seria?

As frases que me tocam de forma especial vão variando consoante as fases da minha vida, mas há uma que me vai acompanhar sempre, porque acredito ser a semente da felicidade.

É uma frase de Hal Elrod que diz “The moment you accept responsibility for everything in your life, is the moment you gain the power to change anything in your life.” Esta tomada de consciência é um momento altamente libertador, porque assumimos as rédeas da nossa vida e deixa de haver espaço para queixumes, apenas para ação.


Qual foi o maior desafio que viveste até hoje?

A maternidade foi, e continua a ser, sem sombra de dúvida o maior desafio com que me deparei até hoje. É intenso viver com “o coração a correr fora do peito” como disse o Steve Jobs. Tenho três pessoinhas que olham para mim e procuram respostas e exemplos e, nem sempre é fácil, ou possível estar à altura daquilo que eu própria queria ser… Tento procurar constantemente a melhor versão de mim própria. É um desafio diário, nem sempre fácil...


E qual foi o momento mais feliz?

Quando descobri que estava grávida. Ser mãe foi sempre o meu maior sonho e, foi nesse instante, que comecei essa jornada da maternidade que é tão mágica e transformadora.

Decidiste seguir a área das ciências e da investigação porque…

Durante algum tempo vivi um grande dilema. Desde pequena que queria ser bailarina, nada me fazia mais feliz do que dançar e atuar, mas era uma apaixonada por biologia, em particular por genética. No 9º ano tive que escolher e decidi seguir ciências, porque era a única forma de manter ambas na minha vida. Eu tinha aquela ideologia de querer muito contribuir para encontrar a cura de doenças, de fazer algo com impacto positivo, no entanto agora acredito que para sermos felizes em investigação o motor principal tem que ser a curiosidade pura e dura de saber mais sobre um mecanismo, sobre a biologia. Só assim conseguimos lidar com resultados inesperados sem nos desmotivarmos.


Entretanto, decidiste mudar o teu rumo e seguir a área da arte e da ilustração. Porquê?

Não era feliz a fazer investigação, mas estava longe de alguma vez imaginar que iria enveredar pela área dos padrões e da ilustração. Não gosto de trabalho laboratorial. Gostava sim da parte de análise de resultados e brainstorming, mas durante o meu doutoramento tinha de fazer experiências muito complexas onde não havia margem para qualquer erro… isso é um sofrimento para quem é uma perfeccionista como eu. Sentia-me constantemente sob pressão e o facto de não haver uma correlação direta entre dedicação, trabalho árduo e resultados interessantes deixava-me muito frustrada. Não era para mim. Por isso, quando terminei o doutoramento decidi que não ia continuar em investigação, mas não tinha ideia do que queria fazer, para além de saber que queria voltar para Lisboa. Antes de descobrir o mundo do design de superfícies (padrões e ilustrações) ainda trabalhei em mercados financeiros e apesar de não ter continuado adquiri muitas ferramentas, nomeadamente para interação com clientes que uso atualmente no meu trabalho. A área da arte e ilustração apareceu no momento certo, quando menos esperava. Estava em casa de baixa de gravidez de risco quando vi um curso de iniciação a design de padrões. Parecia que tinha sido feito à minha medida. O meu marido surpreendeu-me ao inscrever-me no curso e quando comecei soube imediatamente que era isto que queria fazer… Nunca tinha tido este prazer de trabalhar quando estava em ciência, não estava em esforço, estava inspirada e era um sentimento muito parecido ao que tinha quando dançava…

De que forma é que a criação deste projeto transformou a tua vida?

A criação deste projeto tem sido um processo transformador, de uma entrega muito grande e de uma descoberta profunda. A criação de arte é uma jornada muito pessoal o que obriga a uma grande introspeção e criação de uma identidade. Sinto que a cada projeto que me proponho está inerente um processo de desenvolvimento pessoal, o que é extremamente enriquecedor e simultaneamente exigente. Acordar todos os dias e poder trabalhar naquilo que amo é um verdadeiro privilégio e esta gratidão que sinto por isso tem aberto espaço para sentimentos muito bonitos na minha vida, nomeadamente de grande valorização. Quero muito que a minha arte seja um veículo de sentimentos e memórias e que as pessoas que se identificam com o meu trabalho se encontrem nele. Trabalho com a convicção que aquilo que faço ajuda a criar valor… e memórias… Quem se lembra do padrão do vestido da avó, ou da capa de edredon de criança ou da toalha de Natal? Tantas memórias da nossa vida se prendem com padrões e ilustrações e é algo que nem sempre temos consciência… mas onde há memórias há sempre sentimento.


O que é que o teu trabalho acrescenta à vida dos teus clientes?

Aquilo que pretendo com cada projeto é acrescentar VALOR ao universo do meu cliente. Quero que o meu trabalho tenha impacto, seja um veículo de inspiração, uma espécie de voz de empoderamento e que se traduza sempre em (boas) memórias.

Um conselho para quem quer iniciar um projeto.

Quando se inicia um projeto é essencial ter uma ideia concreta daquilo que se pretende e tudo o que envolve a execução desse projeto. É preciso compreender qual o mercado que pretendemos chegar e como podemos fazê-lo. Não é preciso conhecer todos os caminhos, mas é importante ter uma boa ideia para onde queremos ir e se/como é possível chegar lá. Ajuda muito ter uma comunidade (pode muito bem ser online) com quem possamos comunicar e partilhar experiências. E é essencial estar preparado para que o caminho não seja fácil. O mindset é fundamental, porque receber um (ou muitos) NÃO(s) tem que ser impulsionador para continuar a tentar com mais convicção e a acreditar que o SIM vai chegar se não desistirmos. “Os desistentes nunca ganham e os vencedores nunca desistem.”

Qual a tua principal fonte de inspiração?

Sem dúvida a natureza. Sou uma eterna apaixonada por flores, pelas cores do céu e pelas nuvens, a alteração das estações fascina-me e o chilrear dos pássaros inspira-me.

Como descreves a experiência Share inspiration @ the Table?

Inspiradora e transformacional. A inspiração é uma fonte de coragem, de ação e também de felicidade. A inspiração tem o poder de nos transformar e se todos nos transformarmos para uma melhor versão de nós próprios temos um mundo muito melhor e estamos todos muito mais felizes.

Let´s share inspiration porque… o mundo precisa de pessoas felizes e com inspiração para assumirem total responsabilidade pela sua felicidade.

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