Se pudesses escolher uma frase, um texto, uma música ou um poema para te definir qual seria?
Música: “Io Sono l’altro” de Niccoló Fabbri (https://youtu.be/cLRe-RmVfic) pela melodia e sobretudo pela humanidade do poema que nos une como seres humanos que precisamos uns dos outros para …para tudo!
Poema
Eu sou o outro
Eu sou quem assusta
Eu sou aquele que dorme
No quarto ao teu lado
Eu sou o outro
Podes encontrar-me no espelho
A tua imagem refletida
o oposto de ti mesmo
Eu sou o outro
Eu sou a sombra do teu corpo
Eu sou a sombra do teu mundo
Aquele que faz o trabalho sujo
no teu lugar
Fui eu quem te antecipou no estacionamento e atrasou a tua partida
o marido da mulher por quem estás apaixonado
Eu sou o que eles contrataram quando te despediram
Aquele que dorme nas caixas da estação …sou o negro na varanda
Eu sou aquele que te parece mais sereno
porque nasceu com sorte ou apenas porque é vinte anos mais novo
O que vês são apenas as minhas roupas
agora dá uma volta e depois diz-me
Eu sou o véu
Que cobre o rosto das mulheres
cada escolha ou posição
que não se percebe
Eu sou o outro
Que vê o teu mesmo mar
da margem oposta
Eu sou o teu irmão
Aquele bonito
Eu sou o cirurgião que te vai operar amanhã, aquele que guia enquanto dormes
aquele que grita como um louco e está sentado ao teu lado
o doador que você estavaa à espera para o teu transplante
Eu sou o pai da criança deficiente que está em sala de aula com o teu filho
o diretor do banco onde você pediu uma hipoteca
aquele que foi condenado…. o primeiro ministro
O que vês são apenas as minhas roupas
agora vai dar um passeio e depois diz-me
e então diz-me
Conta-me
e então diz-me
Conta-me
e então diz-me
e então diz-me
Conta-me
Carla, frases há milhares…uma que reúne o que penso e como encaro a vida:
“Accept and embrace change and you and the world will change.” Rita Conde e Silva
Qual foi o maior desafio que viveste até hoje?
Pergunta difícil… têm sido tantos! Mas talvez ter voltado a Lisboa, à minha cidade, depois de 9 anos de vida intensa e marcante no norte de Itália. Quando voltei era uma pessoa tão diferente da rapariga que fui com apenas 19 anos e ainda mais diferente da sociedade Lisboeta e dos meus pares. Foi mesmo aprender a viver como um “peixe fora de água”, aceitar as diferenças que viver numa outra cultura me trouxe, fazendo força das coisas melhores e reatando laços com as minhas origens.
E qual foi o momento mais feliz?
Há tantos momentos tão felizes na minha vida pelo que acho que o mais feliz é sempre aquele que vai chegar amanhã e depois e depois…😊
Decidiste tornar-te consultora imobiliária porque…
Porque a minha é uma história de desafio. A cada década a vida apresentou-me sempre um novo desafio que por necessidade ou audácia abracei. Entrar num mercado como o imobiliário sobre o qual eu não conhecia absolutamente nada foi e tem sido uma enorme aventura diária e um dos grandes desafios que a vida me lançou!
De que forma é que a entrada neste mercado transformou a tua vida?
Desde o momento que abracei o projecto da GREAT vesti a camisola e li, estudei, fiz formações, perguntei de tudo a todos, e todos os dias foram pequenas conquistas do lugar onde estou hoje.
Mudou a minha vida, sobretudo, porque acredito estar a criar e dar vida a uma nova visão no sector imobiliário: uma nova visão mais profissional e mais humana, pois o meu trabalho diário é feito a pensar no que importa para as pessoas a quem ajudo e no que realmente é relevante para elas!
Mudou a minha vida porque voltei a Campo de Ourique, o bairro que me adoptou, “o meu Bairro”, quando depois de ter fechado a empresa de criação e comercialização de roupa (Pé de Roupa) que lá tinha feito nascer em 2003, depois de ter fechado a primeira Concept Store do Bairro (Bazaar Souk) e quando todos pensavam que não ia voltar…voltei como a pessoa que conheciam desde sempre mas com uma nova história, uma nova profissão e uma nova missão.
O que é que o teu trabalho acrescenta à vida dos teus clientes?
Depois destes quase 4 anos de trabalho acho que faço mesmo a diferença nas suas vidas! Os que não me conhecem de todo não estão à espera nem do meu profissionalismo nem da exigência constante que coloco no meu trabalho e muito menos estavam à espera do grau de humanidade (diria de amizade) que crio com eles. Na maioria dos casos ficam amigos para a vida: daqueles de ir jantar lá a casa e conhecer a família, sendo que a descrição que algum cliente me fez que mais me tocou foi “I never worry when you are there”.
Qual é a tua principal fonte de inspiração?
Criar e fazer algo de relevante para alguém. Sei que é estranha como fonte de inspiração…mas poder mudar algo no mundo ou no mundo de alguém inspira-me a aprender, a ser melhor e a superar-me!
Como descreves a experiência Share inspiration @ the Table?
Foi uma experiência ótima. Não conhecia nenhum dos participantes e fui de coração aberto, sem expectativas de nenhum tipo. Abracei a experiência pela experiência de conhecer realidades tão diferentes da minha e das que tenho contacto diariamente. Foi puro conhecimento das pessoas e das suas ”lutas” para concretizarem os seus sonhos!
A repetir!!
Let´s share inspiration porque… a vida só faz sentido se nos deixarmos tocar pelos outros e pelo que acontece à nossa volta.
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