Se pudesses escolher uma frase, um texto, uma música ou um poema para te definir qual seria?
“Usa a tua capacidade. A floresta ficaria silenciosa se só um pássaro cantasse”, de Henry Van Dyke.
Trata-se da responsabilidade de contribuir para a floresta, de sermos cocriadores do nosso mundo. Sem diversidade não há criatividade. E para todos podermos criar esta sinfonia criativa, cada um deve oferecer a sua voz, sem medo de falhar, sem medo das comparações. Somos todos diferentes, uns mais introvertidos, outros mais passionais, outros mais racionais, outros mais sensitivos. E isto é bom! Cada pessoa tem uma voz própria, e é com equipas de diferentes backgrounds que nascem as melhores equipas, as ideias e os ecossistemas de trabalho mais fecundos. E é o mesmo com o marketing, devemos integrar várias ferramentas para criar a sinfonia perfeita!
Qual foi o maior desafio que viveste até hoje?
Estou a viver um grande desafio desde que criei a Kiesing Consulting.
Continuo à procura da fórmula mágica para viver a aventura do empreendedorismo com mais alegria, mais realização e mais impacto real na vida dos meus clientes. Quero criar uma marca onde caiba a componente pessoal, profissional e de comunidade. Quero viver em família (a de sangue e toda a “grande” família que nos rodeia) e viver a empresa, as duas alinhadas. Acredito que o grande desafio da Vida é construir este processo de equilíbrio. Encontrar, dentro de mim, o que me faz mais feliz e depois agir em profundo respeito com essa escolha, quer a nível familiar, quer ao nível dos nossos parceiros de trabalho, dos nossos clientes e dos nossos amigos.
E qual foi o momento mais feliz?
Tenho muitas histórias de felicidade para contar. Os “grandes” momentos de felicidade são os da experiência ERASMUS, os projetos europeus em Inglaterra e na Roménia, o primeiro a montar uma Academia Corporativa no Emerald Publishing , o segundo a trabalhar o espírito de equipa e os processos de trabalho do sistema prisional, com e para os guardas prisionais romenos. O curso de Teatro, que vai estar sempre presente na minha vida e tanto me ajuda com o storytelling das marcas. As viagens, sempre. Todas as que faço em Angola (tenho o privilégio de ter dupla nacionalidade) e em especial a que fiz à Costa Rica, onde tive a oportunidade de aprender a colher café (vivam as Las Duenas Café!), e ao Sri Lanka, onde subi o Adam’s Peak. Chegar ao topo desta montanha fui um dos momentos mais mágicos da minha vida. No pico, para além da vista deslumbrante, há uma pegada sagrada numa rocha. Esta pegada é sagrada para várias religiões: para os católicos e os muçulmanos, é o primeiro local onde Adão e Eva pisaram, para os hindus é a pegada de Lord Shiva, para os Budistas é a pegada de Buda. Lá em cima, todas estas religiões estão em oração, no equilíbrio perfeito da diversidade. Na descida fui pedida em casamento e, como imaginam, não podia ter sido mais perfeito.
Também tenho que falar da música, dos grandes génios da música que tive o privilégio de ouvir ao vivo. E também a felicidade de todos os dias, que me visita na figura de um cheiro ou uma paisagem bonita, ou naquele momento em chegamos a uma ideia transformadora. Por último, e esta é a felicidade que une tudo o resto, as minhas pessoas, a começar pelos meus pais e pelo meu marido, e acabar com todos os meus amigos.
Decidiste criar a Kiesing porque…
Eram mais de 12 anos no mundo corporate em grandes multinacionais e já não me identificava com essa forma de fazer as coisas. Estava já há algum tempo ligada aos conceitos de criatividade e empatia via comunicação digital e, no meu trabalho de então, ainda não havia espaço para experimentar ou colocar em prática esses conceitos. Ao mesmo tempo, tinha uma sensação de busca da minha voz genuína e de serviço à comunidade. Queria testar as minhas ideias num ambiente mais criativo, trabalhar com pessoas livres das estruturas organizacionais e das hierarquias. Queria simplificar a aprendizagem das novas ferramentas de comunicação online, torná-las mais fáceis de implementar nas empresas portuguesas.
A minha intuição era que havia espaço para uma forma diferente de comunicar. Mais digital e mais humana. Daí a minha assinatura #odigitalparahumanos.
De que forma é que a criação desta marca transformou a tua vida?
Só agora me começo a aperceber de muitas das consequências desta decisão. A primeira coisa que me vem à cabeça é uma sensação de empoderamento: “tu és capaz”!.
Há também o compromisso com a tua verdade, a responsabilidade de te manteres fiel aos teus valores, apesar dos altos e baixos financeiros. Mas talvez a transformação mais preciosa seja a da liberdade de criar e de decidir, assumindo todas as consequências! É aqui que vou buscar forças para melhorar!
O que é que este projeto de consultoria acrescenta à vida dos teus clientes?
Bom, terão que ser eles a responder... (risos)
Posso dizer-te qual é o valor, o propósito que tenho em mente. Facilitar a comunicação digital, torná-la simples e acessível para todos, de forma a que se criem verdadeiras relações entre pessoas e marcas. Simplificar. Mostrar a todos que podem perceber este “novo” mundo e que podem tirar o melhor proveito dele, evitando as utilizações tóxicas. Ao nível dos novos negócios, apoiar todos a tornar real a sua visão, a traduzir um propósito numa estratégia de comunicação válida, empática e coerente e a implementar ações que realmente criem impacto nas audiências certas. Estar aqui para dizer às marcas: Há um lugar para ti, para o impacto que queres oferecer ao mundo! As ferramentas de marketing digital estão ao teu serviço para construir uma presença que te representa e atrai os teus clientes ideais!
Um conselho para quem quer iniciar um projeto.
Tempo para pensar qual é o propósito dessa decisão. E mais tempo ainda para questionar esse propósito, debatê-lo com mentores, com amigos e também com antagonistas.
Fazer uma experimentação, se possível, mesmo que PRO BONO.
Procurar parceiros alinhados em valores para apoio nas áreas que não dominamos.
Marcar na agenda tempo para si próprio. Uma reunião mensal para fazer nada, apenas desfrutar de algo que apreciemos. Por fim, um clássico de networking: Nunca almoçar sozinho.
Qual é a tua principal fonte de inspiração?
A música, a criatividade dos outros, a diversidade de histórias. As perguntas de quem tem visões e sistemas de valores diferentes dos meus. Quanto mais diversas forem as equipas de trabalho, melhores são os resultados. Tenho uma adoração quase “sobrenatural” por compositores, cantores, escritores e ilustradores. E claro, bebo da maior fonte de inspiração de todas, a Natureza, o silêncio.
Como descreves a experiência Share inspiration @ the Table?
Tenho que começar por dizer que não me sinto nada à vontade em eventos de networking e ir ao primeiro Share foi sair da minha zona de conforto. Acontece que o Share é isso e também é muito mais do que isso. Tu crias um espaço seguro de partilha e proximidade. Somos poucos e sob o teu olhar atento e a curadoria das tuas perguntas-quebra-gelo, acaba sempre tudo a fluir naturalmente. Falamos de nós, dos nossos projetos e da nossa visão de mundo. É verdadeiramente inspirador!
Let´s share inspiration porque…
Porque todos temos algo a aprender e a ensinar. E porque como pessoas e como empresários, são as parcerias, os conhecimentos dos outros, que nos fazem crescer. Conhecer novas pessoas, ter a disponibilidade de as ouvir é parte fundamental do nosso próprio crescimento. Por outro lado, também expomos as nossas ideias a pessoas que não conhecem o nosso tipo de serviço, o que é uma ótima forma de testar a comunicação de novos conceitos e serviços.
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