Se pudesses escolher uma frase, um texto, uma música ou um poema para te definir qual seria?
“Life offers you a thousand chances... all you have to do is take one.”
Frances Mayes, Under the Tuscan Sun
É uma das frases que mais me marcou, de um filme que gosto muito. Adoro-a por ser tão simples e tão verdadeira. Porque já gostava dela e quando decidi fazer a mudança de carreira, foi nela que encontrei muitas vezes encontrei conforto, ao pensar que podemos mudar de ideias e ainda assim ter muitas oportunidades de encontrar a realização e a felicidade. Todos os dias temos a oportunidade de melhorar o dia de alguém e de mudar algo na nossa vida.
Qual foi o maior desafio que viveste até hoje?
Querer mudar de carreira após ser mãe. Sempre sonhei ser mãe, e foi aí que a transformação e a ideia de ter um negócio próprio começou. Mas com isso um esforço acrescido em conciliar tudo. Algo que é o mais importante na minha vida, os meus filhos com aquele que é o meu maior sonho. É um desafio diário, lidar constantemente com a necessidade de fazer escolhas e saber que em cada momento que escolho um, o outro fica em segundo plano.

E qual foi o momento mais feliz?
O momento em que peguei em qualquer um dos meus filhos ao colo pela primeira vez. Foram ambos os partos cesarianas, com complicações associadas e por isso os partos não foram momentos felizes. O primeiro colo e a primeira vez que amamentei cada um deles sim. Foram os momentos mais especiais.
Decidiste criar a marca Maternidade Descomplicada porque…
Porque percebi que só com organização conseguimos ter uma vida plena, após a maternidade em que temos tanto que conciliar. Mas que a organização não devia ser algo rígido ou perfeccionista, mas funcional e flexível, sempre alinhada com o nosso propósito de vida. Já gostava de organização antes de ser mãe, mas depois tornou-se essencial.
Consolidei a ideia num dia estava no consultório do pediatra e vi numa revista um título que dizia assim: "Enquanto cuida do seu bebé, quem cuida de si?"
E foi instantâneo… Pensei é isto! Quero cuidar das mães, dar-lhes ferramentas para que não tenham que abdicar de si próprias como tantas vezes acontece. A organização pessoal e da casa foi o caminho. A partir daí cheguei à conjugação destas duas palavras:
MATERNIDADE: pela alteração da nossa própria identidade e alteração na hierarquia de prioridades quando somos mães ( tem que existir uma “organização interior”)
DESCOMPLICADA: Descomplicar o processo de organização é muito importante. Tem que ser funcional, tem que ser fácil de manter. Para que exista equilíbrio, isso é mais importante do que ser perfeito. É um work in progress. Podemos ter tudo, mas nunca
tudo ao mesmo tempo. Aceitar isso é meio caminho. O tempo começa a existir quando aprendemos a estabelecer prioridades, fronteiras e as respeitamos.
Não existem mães perfeitas e tentar sê-lo é falhar à partida.
De que forma é que a criação deste projeto transformou a tua vida?
Transformou completamente. Cresci muito, tornei-me muito mais corajosa. Quando queremos muito algo e a dor de não o concretizar é maior do que o medo de nos expormos, conseguimos coisas incríveis.
Vivo de acordo com os meus valores e sinto-me entusiasmada com cada projeto de organização. A Maternidade Descomplicada deu-me o que mais sentia falta no meu trabalho, a capacidade de melhorar a vida das pessoas diariamente, que na realidade é o melhor pagamento que posso alguma vez ter.
O que é que o teu trabalho acrescenta à vida dos teus clientes?
O trabalho de organização traz qualidade de vida e tempo. Ensina-nos a sermos curiosas (a pensar porque fazemos as coisas de determinada maneira) e traz também um amor próprio enorme, que resulta de nos permitirmos esta mudança e toda a transformação que daí advém.
Um conselho para quem quer iniciar um projeto.
O melhor que recebi, de uma que considero ser a minha empreendedora de referência, a Marie Forleo. “Start before you’re ready”, ou começa antes de te sentires pronta. Qualquer mudança é sempre algo que nos assusta e um novo projeto não é diferente. Queremos que seja perfeito e como nos faz sair da zona de conforto temos tendência a “querer aprender tudo” antes de começar. Ter a ideia detalhada, o website, o nome, o logo… Não vale a pena. É uma descoberta, um caminho e não há altura certa. A altura certa é agora. Vamos mudar de ideias, adaptar e descobrir muitas coisas pelo caminho, por isso começa.
Qual é a tua principal fonte de inspiração?
Há duas coisas que me inspiram muito. As pessoas e a natureza. Ambas pela sua complexidade e capacidade de transformação.
Talvez por ser introvertida adoro ouvir e ler histórias, por isso cada casa, cada pessoa com quem trabalho, ou às vezes nem preciso trabalhar, basta visitar, conversar um bocado e vou descobrindo toda uma dinâmica cheia de pormenores que me apaixona. Como as pessoas valorizam os objetos, porque fazem determinadas escolhas, como algo é super importante para alguns e completamente desprezado por outros, como as aparências iludem tanto...é um quebra-cabeças que nunca deixa de me apaixonar e surpreender.
Como descreves a experiência Share inspiration @ the Table?
Fantástica. É impressionante como crescemos e nos inspiramos nas histórias de pessoas que até então eram desconhecidas. Como se cria um ambiente de partilha, quase familiar e saímos do jantar fortalecidos, inspirados e com muita vontade de fazer acontecer os nossos projetos.
Quero repetir e vou certamente recomendar a amigos.
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